
Por: Joyce Silva dos Santos (PIBID/ FIC/ PAA)
No último dia 12 de junho de 2015, as Faculdades Integradas Campo-Grandense (FIC), mantidas pela Fundação Educacional Unificada Campo-grandense (FEUC), e o projeto Rede de Leitura Inclusiva, organizado pela Fundação Dorina Nowill, promoveram um encontro para a propagação da leitura inclusiva no Estado do Rio de Janeiro.
As FIC, instituição de ensino superior situada no bairro de Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, que oferece, há cinquenta e cinco anos, cursos de licenciaturas em Letras, Pedagogia, Ciências Sociais, Geografia, História e Matemática, reuniu em suas dependências cerca de cem ouvintes, dentre eles, estudantes e professores do curso de Letras e de Pedagogia da casa, convidados do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ/ campus Volta redonda), do SESC Nacional e alguns visitantes interessados em obter informações acerca do acesso à leitura inclusiva.
O encontro foi mediado por Ana Paula da Silva, representante da Fundação Dorina Nowill, que trouxe a debate aspectos importantes referentes à promoção da inclusão da pessoa com deficiência visual. A palestrante destacou a necessidade de quebrar as barreiras da passividade, estabelecendo atitudes que favoreçam a ampliação do acesso à leitura a cada vez mais pessoas, evitando que o conhecimento e os materiais continuem retidos nas mãos de uma minoria, passiva, que não compartilha o que sabe, e que os acervos construídos continuem fechados e sem utilidade.
Além disso, o encontro frisou a importância do uso das tecnologias em favor da inclusão, para além do livro Braille, mostrando recursos como o livro digital Dayse, o livro falado e aplicativos disponíveis pela rede, enriquecendo o conhecimento de toda comunidade acadêmica no que tange à promoção da leitura para este público.
A proposta de inclusão da Rede dialoga diretamente com o projeto PIBID/ PAA do curso de Letras/Português das Faculdades Integradas Campo-grandenses (FIC), que propõe a produção de livro falado das leituras realizadas por alunos e alunas de uma escola municipal da cidade do Rio de Janeiro, situada no bairro de Guaratiba. A ideia do projeto é promover a inclusão por meio da leitura, tendo como foco a formação de leitores dentro e fora do ambiente escolar e a propagação da Literatura através do livro falado, reunindo forças e ideias para que nenhum indivíduo esteja excluído do acesso à leitura.
Neste sentido, a parceria da Rede de leitura Inclusiva com as FIC veio incentivar as propostas de educação inclusiva, já pensadas pela instituição de ensino, colaborando para a criação de parcerias com outras instituições do Estado, que também apoiam a inclusão.
O Rio de Janeiro, principalmente a zona oeste, ainda tem poucas iniciativas no que diz respeito à inclusão de deficientes visuais ou pessoas com baixa visão, o que justifica a necessidade da implementação de programas voltados para esse público. Segundo o senhor Israel Ferreira, que é deficiente visual, morador de Campo Grande e que esteve presente no evento, no bairro onde mora não encontra grupos de apoio nem atividades voltadas para o deficiente visual, o único lugar onde encontra apoio e, até mesmo acessibilidade a materiais em Braille, é em poucas instituições e escolas situadas no centro e na zona sul da cidade como, por exemplo, o Instituto Benjamim Constant que fica distante cerca de 58km do bairro de Campo Grande, o que se torna de difícil acesso. Assim, sua única maneira de ter acesso à leitura é através de materiais multimídias disponibilizados na internet. De acordo com ele, os deficientes visuais da região encontram dificuldade até mesmo para ter acesso a cursos de informática, pois a maioria dos cursos ainda não sabem como lidar com a deficiência visual, quando procurou aprender a lidar com o computador não conseguiu auxílio próximo de sua residência. As propostas de inclusão que presenciou durante o encontro da Rede nas FIC despertaram o interesse de poder estar mais próximo de pessoas que também propaguem a inclusão, podendo, assim, tanto aprender quanto compartilhar o que já sabe.
Este primeiro encontro da Rede de Leitura Inclusiva nas FIC, selou a parceria entre as duas instituições e serviu para estreitar os laços da inclusão na região. Todo o corpo docente e discente da Instituição, assim como toda a comunidade espera que esse seja o início de muitos encontros e práticas de disseminação da acessibilidade leitora, para que a leitura esteja ao alcance de todos.

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