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Precisamos falar sobre Verônica

Por Fabiano Cameran

Entre as inúmeras surpresas que a segunda edição do Encontro de Leitura Inclusiva de Sergipe nos trouxe, umas das mais marcantes, certamente, foi a história de Maria Verônica Esteves, nascida na cidade de Boquim, localizada cerca de 84 km de Aracaju. Com um astral contagiante e uma alegria que erradia a todos a sua volta, Verônica, 62 anos, dá aula de força de vontade e mostra através de seu testemunho que nunca é tarde para aprender a ler e a vencer as barreiras (mesmo físicas) impostas pela vida.

Verônica nasceu com uma deficiência visual, em sua cidade os recursos eram escassos e até mesmo viajar para a capital sergipana era uma empreitada complexa para uma família que lidava com a roça em meio ao sertão nordestino, as barreiras faziam com que a cada dia a expectativa de enxergar o mundo fosse mais remota para a jovem, alguns médicos diziam que a única esperança  estava localizada a muitos quilômetros, mais precisamente em São Paulo, e nenhum tratamento existente na época garantiria a sua cura.

De família católica, Verônica teve seu primeiro contato a um ensino ainda em sua infância através da catequese, onde absorvia todo o conteúdo passado por sua catequista através de uma atenta escuta de tudo o que era dito. Mas por lidar desde cedo com o trabalho do campo Verônica nunca teve oportunidade de estudar, mesmo que tivesse não haviam escolas com estrutura para a receberem, uma vez que os professores além de não terem preparo não tinham também materiais em acessíveis.

Da infância, a adolescência e tão logo Verônica já era uma mulher, guerreira e trabalhadora mas sem ter acesso a informação e tão pouco a educação, a cura de sua deficiência era ainda mais difícil. Certo dia, após uma consulta um médico falou para sua mãe que não havia mais o que ser feito pela medicina local, mais uma vez a solução se mostrava presente em São Paulo, mas as chances de cura eram de no máximo 10% e ainda assim a visão seria parcial. Foi então que Verônica disse a sua mãe que não queria correr mais atrás de tratamentos para seu problema, uma vez que ela veio ao mundo assim então aceitava aquilo como seu destino.

O tempo passou, Verônica era sempre rodeada por amigos e familiares sempre dispostos a ajudarem quando ela precisasse, mas ainda lhe faltava algo, e aquilo que lhe faltava por mais incrível que pudesse parecer não era a sua visão, mas sim a oportunidade de conhecer o mundo mesmo que de maneira lúdica através da leitura. Foi então que ela conheceu uma senhora evangélica, que a estimulou a aprender a ler pois nunca era tarde para o Saber. Essa senhora então, mesmo sem também saber ler em braile, conseguiu algumas cartilhas que ensinavam o alfabeto braile e juntas elas aprenderam a decorar cada uma das letras, aos poucos a então professora de Verônica conseguiu alguns livros religiosos em braile e aos 54 anos Verônica aprendia então a ler em braile e a enxergar o novo através da literatura.

Até hoje, aos 62 anos, Verônica só teve acesso a literaturas religiosas ou infantis, mas graças a Coleção Regionais, da Rede de Leitura Inclusiva, ela com seu jeito simples e carisma encantador terá na biblioteca de sua pequena cidade (Biblioteca Pública Municipal Hermes) mais uma infinidade de histórias e a cada folhear seus olhos se abrirão, mesmo que lúdica e fantasiosamente, para novas histórias e aventuras. Através da semana de Leitura Inclusiva, Maria Verônica ganhou também uma bolsa para aprender a escrever e braile, a tornando capaz de imortalizar sua história não apenas através da fala mas também da escrita.

XXI Semana da Pessoa com Deficiência

Dia 29 de agosto de 2017, a Escola Estadual Adriano Jorge participou XXI Semana da Pessoa com Deficiência em Arapiraca – AL. O evento foi organizado pela 5ª Gerência Regional de Ensino da Secretaria da Educação do Estado de Alagoas. Realizado no período de 8h às 15h, no auditório da Escola Estadual Professora Izaura Antônia Lisboa-EPIAL. No decorrer do evento aconteceram: entrevistas, apresentações, palestras e exposições, para profissionais da área da inclusão e alunos. Durante a exposição, Eu, Maria Silvana Maranhão da Costa (Transcritora e Ledora Braille) apresentei os recursos utilizados para o atendimento aos alunos com deficiência visual na sala de AEE da Escola Estadual Adriano Jorge. Os equipamentos utilizados para alfabetização, a escrita e a leitura do Sistema Braille: a máquina Perkins Braille; a reglete tradicional; o punção; a borracha; o papel e as lupas. Os materiais doados pela Fundação Dorina Nowill à Escola: os livros em Braille; livros com letras ampliadas e áudio livros em cd’s. Apresentei o soroban, o Communicare, o quadro sensitivo e outros materiais adaptados. Foi mais um dia em prol da disseminação da educação inclusiva.
A Escola Estadual Adriano Jorge parabeniza a toda equipe da 5ª Gere pelo evento, em nome da Gerente Regional, Eliete Rocha e agradece a grande parceria com a Fundação Dorina Nowill.

Maria Silvana Maranhão da Costa
Transcritora e Ledora Braille
Escola Estadual Adriano Jorge
Arapiraca-AL

XXI Semana da Pessoa com Deficiência em Arapiraca-AL

Técnico de farmácia & Padre Chico: aprendizado com significado

 

 

Em 2016, o curso técnico em farmácia, no módulo de IV, que estuda entre outros assuntos as plantas medicinais e os fitoterápicos viabilizou uma vivência diferenciada aos alunos.

Com o objetivo de inovar, transformar e significar o ensino a professora Liliane Barros tinha em mente fazer com que os alunos estudassem as plantas medicinais e no sentido prático, cultivassem essas plantas, acompanhando assim todo o processo de plantio, cuidado e preparo para consumo das plantas medicinais. Mas isso era só o começo desse projeto. A professora sabendo que a Biblioteca fazia parte da Rede de Leitura Inclusiva, veio conversar sobre a possibilidade desse módulo ser tratado e discutido de forma inclusiva e como a biblioteca poderia viabilizar tudo isso.

A bibliotecária Adriana Rafael, entrou em contato com a Rede e levou a sugestão da professora para o Grupo, que respondeu imediatamente com sugestões para que a atividade fosse feita em parceria. O Colégio Vicentino Padre Chico, que alfabetiza deficientes visuais, gostou da proposta e achou que traria ganhos para seus alunos. A Fundação Dorina Nowill, também manifestou interesse em participar e sua contribuição seria uma aula com o tema inclusão para os alunos do técnico de farmácia. O Senac Aclimação, através da biblioteca auxiliou na conversão dos documentos para o Braille e Fonte Ampliada.

Segundo a Professora Liliane “A ideia veio ao encontro do desafio do desenvolvimento de práticas pedagógicas, valorizando o ensino com significado, estimulando o estudante a assumir seu papel e compromisso do aprender a aprender, tornando-o sensível para ser ator atuante na sociedade, sua percepção de respeito às diferenças”.

O projeto teve início em junho, com a construção da proposta, execução das etapas e a apresentação final no Colégio Padre Chico, que foi em outubro de 2016.

O grande diferencial foi o planejamento e o envolvimento com antecedência das partes envolvidas.

No depoimento a aluna do SENAC Kimberly Mendes de Souza, disse que foi bom trabalhar com este público diferenciado, ela afirma “É difícil descrever a sensação de alegria e entusiasmo que senti. Confesso que senti um pouco de medo no início, por nunca ter tido contato. Levarei em minha vida esta experiência que gostaria que todos experimentassem”.

Dessa opinião compartilha a docente Liliane: “ Foi um projeto gratificante onde senti como é importante compartilhar e trocar conhecimento. O Colégio Vicentino Padre Chico nos recebeu com muito carinho e foi enriquecedor o interesse que os alunos demonstraram na atividade”.

O método: os alunos do SENAC foram envolvidos no processo de cultivo das plantas medicinais, bem como deveriam pesquisar os benefícios, o preparo e dose correta, eles tiveram uma aula sobre o tema inclusão, visitaram a biblioteca para conhecerem os recursos e discutiram como fariam a abordagem junto aos alunos e deficientes visuais do Colégio Padre Chico.

No dia do evento, contamos com a presença de outros parceiros do GTSP da Rede de Leitura Inclusiva para acompanhar a interação entre os dois grupos de alunos.

Close de uma folha com texto braile sobre a mesa. Uma mão tateia o final da página. As unhas estão pintadas de esmalte vermelho.

I Olimpíada de Leitura no Colégio Vicentino Padre Chico

Atenção!

“Ler devia ser proibido.

Ler não é nada bom. A leitura nos torna incapazes de suportar a realidade. Tira o homem de sua vida pacata e o transporta a lugares nada convencionais…

Para a criança o perigo é ainda maior: ela pode crescer inconformada com os problemas do mundo e querer até mudá-lo…

foto de um menino de óculos com folhas escritas próximo ao seu rosto. Ele fala ao microfone.

 

 

 

 

 

Ler pode estimular a criatividade, pode  tornar o homem mais consciente…

CUIDADO! Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas!!!”

Paulo Freire

Se ler pode ter todas essas consequências desastrosas, é ótimo! Queremos nossos alunos em lugares nada convencionais, agentes de transformação da sua história e da história do mundo, criativos,  conscientes e perigosamente mais humanos.

Para chegar  a esse resultado, o Colégio Vicentino Padre Chico já teve muitos Concursos de Leitura mas em 2016, aproveitando o Ano Olímpico para o esporte, promoveu  a I Olimpíada de Leitura.

Tivemos eliminatórias nas salas de aula. Os vencedores das salas de aula foram para a semifinal de onde saíram 12 finalistas (6 alunos do ensino fundamental I e 6 alunos do ensino fundamental II).

Dia 28 de setembro aconteceu a final no Espaço Sensorial do colégio, à sombra de uma frondosa mangueira, ao som do canto de pássaros, com a presença de toda a comunidade educativa, e dos convidados:   Izete Malaquias da Silva (SENAC Tiradentes), Carlos Alexandre Campos (Fundação Memorial da América Latina), Martinho Fernandes (Bladex Representação Ltda.), que compuseram o júri. Fundação Dorina Nowill  enviou representantes: Angelita Garcia , Millene Fernandes e Renata Lopes de Serviços de Apoio a Inclusão.

Grupo de 20 pessoas pousam para foto. Eles estão em ambiente externo com uma enorme árvore ao fundo. Há muitas crianças uniformizadas algumas delas seguram livros e estão cordões com medalhas. Nas laterais estão alguns adultos.

 

 

 

 

 

Os 7 vencedores receberam livros doados pela  Fundação Dorina Nowill e ingressos de cinema doados por Bladex Representações Ltda. e Rádio Jovem  Pan.

Parabéns a todos os participantes e aos vencedores:

Bernardo Canuto Giandoso – 3º ano

Leonardo Nunes Dantas da Silva – 4º ano

Luis Gustavo Araújo dos Santos – 4º ano

Kleiton Rodrigo Santos Sousa – 5º ano

Nicolas Marques Borche – 6º ano

Mell Garcia Vilar Rodrigues – 7º ano

Henry Lucca Dias Macario – 8º ano

 

 

REDE DE LEITURA INCLUSIVA GT-RS POA

Profª Drª Lizandra Brasil Estabel

Profª Drª Eliane Lourdes da Silva Moro

Uma rede significa vários pontos unidos e interligados formando uma teia. Pensando em pessoas, Castells (2000) conceitua que redes são estruturas sociais, em um sistema aberto, que integram nós que se comunicam nessa teia, compartilhando os mesmos códigos de comunicação.

A tessitura da Rede Nacional de Leitura Inclusiva, suas perspectivas e desafios, iniciou no mês de junho de 2016, em São Paulo, no encontro promovido pela Fundação Dorina Nowill quando foi criada a Rede de Leitura Inclusiva GT-RS POA construindo seus primeiros passos e vencendo desafios no acesso à cultura por pessoas com deficiência, estimulando a leitura inclusiva por meio de mediadores de leitura para todos.

Tecendo a rede na FDN em São Paulo

spNa imagem a Profª Lizandra Estabel, a bibliotecária Marília Pereira, a bibliotecária Ana Lucia Leite e a profª Eliane Moro.

Um dos destaques de eventos programados foi o I Encontro de Leitura Inclusiva, realizado em Porto Alegre, no dia 25 agosto do corrente. Organizado pelo Grupo Interinstitucional de Pesquisa LEIA: leitura, informação e acessibilidade, do IFRS e da UFRGS, foi uma iniciativa da Rede de Leitura Inclusiva no Rio Grande do Sul (GT-RS POA), com apoio do Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB10), do Conselho Municipal do Livro e da Leitura, entre outras instituições, a partir de uma parceria com a Fundação Dorina Nowill (FDN), de São Paulo, que contou com a presença de Perla Assunção, representante da FDN.

O encontro teve como objetivo servir de chamamento para que a sociedade e as Instituições que recebem acervos da FDN unam-se ao GT-RS POA na construção de uma grande rede de ações em prol das pessoas com deficiência para acesso ao livro, leitura, literatura e bibliotecas e um estímulo para que desenvolvam ações de inclusão.

Estudantes dos Cursos de Biblioteconomia (FABICO/UFRGS) e Técnico em Biblioteconomia (IFRS), estudantes de outros cursos e Instituições, bibliotecários, técnicos em Biblioteconomia, professores, mediadores de leitura, pessoas com deficiência, representantes de Instituições parceiras e comunidade em geral, puderam assistir palestras, na parte da manhã e participar de oficinas, no turno da tarde.

Público participante no Evento

poaNa imagem o público de aproximadamente 200 pessoas assiste a palestra sobre audiodescrição com Mariana Baierle e, ao seu lado, interprete de LIBRAS.

A mesa de abertura do encontro, no início da manhã, contou com a presença do Diretor Geral do IFRS – Campus Porto Alegre, Marcelo Schmitt, da representante da Fundação DorinaNowill, Perla Assunção; do Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB10), Alexsander Ribeiro; do Chefe Substituto do Departamento de Ciências da Informação da FABICO/UFRGS, Valdir José Morigi; do Coordenador do Curso de Biblioteconomia da FABICO/UFRGS, Rodrigo Silva Caxias de Sousa; e da Coordenadora do Curso Técnico em Biblioteconomia do IFRS – Campus Porto Alegre, professora Lizandra Brasil Estabel.

Palestra de Perla Assunção representante da FDN

perlaApós a abertura oficial, iniciaram as palestras, que abordando temas como Rede Nacional de Leitura Inclusiva: perspectivas e desafios; Rede de Leitura Inclusiva GT-RS POA e os primeiros passos da construção; desafios no acesso à cultura por pessoas com deficiência; leitura inclusiva de surdos, surdocegos e línguas de sinais e leitura inclusiva e os cegos.

Oficina A Inclusão dos Cegos e as Tecnologias

perla_lizNa imagem Perla Assunção, Profª Lizandra Estabel e os ministrantes da Oficina: Larissa e Cristian que possuem deficiência visual e o Prof. Alexandre Cardoso.

No turno da tarde, os participantes participaram das oficinas: A Inclusão dos Cegos e as Tecnologias; Contação de Histórias e audiodescrição; Língua Brasileira de Sinais: que língua é essa?; Mediação da Leitura: afetos e fazeres; BiblioPetTerapia; e Re-pensar o Conto (com a mala mágica e seus mistérios).

 Oficina de BiblioPetTerapia

 petNa imagem os participantes sentados em roda e com a pet interagindo.

Além disso, durante o Evento, esteve exposta no átrio do campus uma bicicloteca (bicicleta + biblioteca), disponível para ser acessada pelo público que circulava pelo local.

Exposição da bicicloteca

biciNa imagem os participantes no átrio do campus com uma bicicloteca (bicicleta + biblioteca).

Alguns depoimentos dos participantes do Evento:

“Precisamos de mais eventos como esse, de tamanha riqueza. As vivências que vi hoje foram estimulantes para seguir adiante.” – PQM

“Gostaria que oportunizasse mais oficinas e encontros aos professores e alfabetizadores da rede pública.” – RCB

“O encontro proporcionou uma programação diversificada e de qualidade, abordando diferentes aspectos da leitura inclusiva […]” – DA

“Foi muito positivo conhecer como as tecnologias estão sendo utilizadas pelos cegos e o que podemos fazer para agregar mais acessibilidade. Ajudou a repensar sobre as pequenas coisas que podem fazer grande diferença.” – LMG (Oficina – Alexandre Cardoso)

“Achei muito bom a forma como foi desenvolvida, interativa e com a participação na parte expositiva, de duas pessoas com deficiência visual”. – MF (Oficina – Alexandre Cardoso)

Participantes sentados em circulo em volta de uma mesa retangular cumprida, ao centro há duas mulheres uma delas segura uma folha e a outra uma pequena caixa. Ao fundo prateleiras com muitos livros e varais com livretos coloridos.

Projeto “Ciranda Brailendo”

Grupo de três participantes do projeto, sentados ao redor de uma mesa; sendo um homem e duas mulheres. Ao centro da mesa alguns livros, nas mãos dos participantes seguram folhas de papel. Uma das mulheres passa um dedo sobre a folha em branco.

O Projeto “Ciranda Brailendo”, nasceu após uma visita ao Setor Braille da Bibliotea Pública Epifânio Dórea, realizadas pelas técnicas do núcleo de deficiência visual: Luciene dos Santos e Maria Genísia dos Santos da Divisão de Educação Especial/ SEED/DIEESP.

Fomos recebidas pelo responsável do Setor Braille, Edvaldo S. dos Anjos, e a Tatiana Santos Silva que ajudava de forma voluntária a catalogar o acervo. Com muita simpatia eles nos mostraram o acervo em Braille, bem como uma coleção de contos infantis que achamos bastante interessante, pois a mesma vinha com uma canetinha (PENTOP) que realizava a audiodiscrição das imagens. Que fantástico nossas crianças cegas iriam ficar fascinadas!

Montagem com duas fotos. a foto de cima mostra duas mulheres e um homem sentados em volta de uma mesa, dois deles escrevem em um papel. Ao fundo uma porta aberta mostra parte de um outro cômodo .Na lateral direita estante repleta de livros. A foto de baixo as mesmas pessoas sentadas em volta de uma mesaAo centro da mesa alguns livros, nas mãos dos participantes seguram folhas de papel. Uma das mulheres passa um dedo sobre a folha em branco.Em meio a tantas novidades, nos surgiu naquele momento um “insight ”- de organizarmos uma “Ciranda de leitura em Braille”. Deixamos já agendado para retomarmos com as idéias amadurecidas sobre a ciranda.

Chegado o dia do nosso encontro já estávamos com o projeto intitulado: “Ciranda Braillendo”, que tinha como púbico alvo: professores da rede pública estadual e municipal e pessoas com deficiência visual com conhecimento do código Braille. O objetivo geral da Ciranda era desenvolver a prática da leitura e da escrita do código Braille. Tinha como objetivo específico divulgar o Setor Braille e conseqüentemente o Código Braille.

Estaria à frente do projeto as duas técnicas da DIEESP e os representantes do Setor Braille da Biblioteca Pública Epifânio Dória. Definimos ainda que o encontro da Ciranda Braillendo, seria uma vez ao mês nas últimas terças feiras, durante 6 (seis meses); fechando o I módulo. Foi pensando 1 (um) ano de projeto, somente II módulos.  O projeto teve início ano de 2014 e devido a empolgação dos envolvidos, bem como o desenvolvimento de cada um a Ciranda braillendo completou 3 (três anos ) de existência, sendo acrescido mais dois módulos concluindo em setembro 2016.

Quanto à metodologia desenvolvida, buscávamos a mais diversificada; leitura e transcrição de: Cordéis, músicas, poemas e contos; utilizando o acervo do Setor Braille.

Através do projeto foi despertado o desejo de retornar aos estudos um dos componentes que pouco saia de casa e outro que resolver fazer o ENEM tendo êxito e hoje é graduando em Geografia.

Concluímos o Projeto “Ciranda braillendo” com um sentimento de que fizemos nossa parte, embora, reconhecemos que muito se tem a fazer em prol de uma sociedade menos excludente. Utilizamos a metáfora do “beija flor” citada pelo sociólogo Betinho: “Houve um incêndio na floresta…, o pequeno beija- flor ia do rio para o incêndio com gotículas de água em seu bico, na tentativa de apagar. Quando foi indagado se iria resolver – Ele respondeu: Estou fazendo a minha parte”.

 

Case Semana Senac de Leitura – Sarau Rubem Alves transformando pessoas

Por: Adriana Rafael Pinto

O Senac São Paulo promoveu a Semana Senac de Leitura em abril e irá promover nos meses de outubro e novembro novos encontros.  O Senac trabalha com a promoção e estímulo a leitura. A unidade educacional Senac Tiradentes, articulou a atividade juntamente com a Rede de Leitura Inclusiva, veja como tudo começou. Construir projetos integrados em uma Rede, mostrou e comprovou o ditado popular “união faz a força” e também a diferença. Estar trabalhando e planejando em rede significa, compartilhar as ideias, alinhar as ações e executar para o benefício de todos, principalmente para promover a inclusão. Com este principio em mente o GT (grupo de trabalho) de São Paulo, se reuniu para elaborar a atividade de leitura inclusiva. Na reunião para construir a primeira ação, tivemos representantes das instituições:  Senac Tiradentes, Colégio Vicentino Padre Chico , Memorial da America Latina, Fundação Dorina Nowill e um representante da sociedade civil. Nesse dia trouxemos a necessidade de planejar a primeira ação de 2016 um ganho pessoal e institucional. O ganho pessoal, porque desejávamos concretizar algo que trouxesse mudanças em nós, proporcionando mais experiência. Todos os indivíduos presentes tinham metas a cumprir, dificuldade na gestão de tempo para planejar mais ações, necessidade de criação e interesse em comum – proporcionar e viabilizar a inclusão. O ganho institucional estava em proporcionar uma ação sincronizada com a missão.  O GT de São Paulo saiu da reunião com a programação desenhada. O grupo  decidiu por  uma atividade, dentro da Semana Senac de Leitura, essa atividade seria no formato de Sarau. O Senac Tiradentes, incluiria a programação na sua grade e proporcionaria o espaço, bem como toda a articulação e gestão do projeto. O colégio Vicentino Padre Chico, traria os alunos para uma atividade educacional extracurricular, os demais integrantes da rede colaborariam.  O tema da atividade foi inspirada, nas obras de Rubem Alves, surgindo o projeto Sarau Rubem Alves transformando pessoas.  O Senac Tiradentes, convidou  a mediadora Silvana Campos dos Reis, pedagoga e supervisora educacional, para desenvolver a atividade. O local escolhido foi a biblioteca, que comporta 80 pessoas sentadas. O texto escolhido foi extraído da crônica Pipoca, de autoria de Rubem Alves. Todos os detalhes foram lembrados, o texto teve a impressão em Braille, fonte ampliada e narrado ao vivo por interlocutores. A comunidade do entorno foi convidada para assistir o sarau e assim proporcionar um encontro de alunos das três instituições, alunos do Senac, alunos do colégio Vicentino Padre Chico e alunos do Instituto Dom Bosco.

Case Fundação Regina Cunha – FURC Para Blog da “Rede De Leitura Acessível”

ACESSÍVEL E ITINERANTE

A Fundação Regina Cunha faz parte da Rede de Leitura Inclusiva da Bahia, mantendo uma Biblioteca Acessível para Deficientes Visuais com títulos diversificados em Braille, audiolivros, livros falados e em fonte ampliada. A Biblioteca Acessível também é itinerante e leva os livros adaptados para os bairros, escolas, serviços e eventos.

atendimento

PUBLICAÇÃO PRÓPRIA:

Além do acervo disponibilizado, a FURC já publicou um título próprio: Cartilha de Atenção à Saúde Ocular: a infância, a família e a escola.  Com orientações para prevenção da cegueira e promoção da saúde ocular, a cartilha aproxima o conhecimento médico-científico da realidade dos jovens e dos saberes tradicionais da região sul da Bahia.

Espaço FURC

A cartilha foi realizada de forma lúdica a partir de mais de 16 horas de oficinas, com médicos e a artista plástica Flávia Bomfim. Os 16  jovens participantes tornaram-se os ilustradores e co-autores da cartilha. E levaram essa aprendizagem para a vida. O material já está na 2ª edição e 3a reimpressão, já foi distribuído em escolas, instituições de saúde e em eventos sobre Saúde Ocular em Brasília e na Índia, sendo reconhecida como uma experiência inédita a serviço da educação em saúde. Em breve a Cartilha terá sua terceira edição, com versão acessível e um Cd-rom com sugestões de atividades didáticas a partir do seu conteúdo.