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Público sentado assistindo as apresentações

II Encontro de Leitura Inclusiva do Rio Grande do Sul

Aconteceu no Campus Porto Alegre, no dia 31 de outubro, o II Encontro de Leitura Inclusiva. Organizado pelo Grupo Interinstitucional de Pesquisa LEIA: leitura, informação e acessibilidade, do IFRS e da UFRGS, o evento é uma iniciativa da Rede de Leitura Inclusiva no Rio Grande do Sul (GT-RS POA), juntamente com o Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB10), o Conselho Municipal do Livro e da Leitura, entre outras instituições, a partir de uma parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos (FDN), de São Paulo.

O encontro tem como objetivo mostrar que a sociedade e as Instituições que recebem acervos da FDN unam-se ao grupo na construção uma grande rede de ações em prol das pessoas com deficiência para acesso ao livro, leitura, literatura e bibliotecas e um estímulo para que desenvolvam ações de inclusão.

Estudantes de Biblioteconomia do IFRS e da UFRGS, estudantes de outros Cursos e Instituições, bibliotecários, técnicos em Biblioteconomia, professores, técnicos, mediadores de leitura, pessoas com deficiência, representantes de Instituições parceiras e comunidade em geral, puderam assistir palestras, na parte da manhã, e participar de oficinas, no turno da tarde.

Após a abertura oficial, houve momento cultural com apresentação musical do professor e músico Márcio Fumaco. Márcio é deficiente visual e apresentou duas canções gaúchas tocadas no teclado. Estas canções fazem parte da coletânea de músicas que compõem a Coleção Regionais.  Em seguida, deu-se início aos painéis, que prosseguiram abordando temas como Rede Nacional de Leitura Inclusiva e “Coleções Regionais – A cultura brasileira em suas expressões”, com Perla Assunção; Rede Nacional de Leitura Inclusiva GT – RS POA: Leitura, informação e acessibilidade, com a Profª Drª Lizandra Brasil Estabel; e Acessibilidade em ambientes culturais, com a Profª Drª  Jeniffer Alves Cuty.

Entre as palestras, houve mais um momento cultural, com uma Contação de Histórias realizada pela Técnica em Biblioteconomia e acadêmica da FABICO/UFRGS Andréa Bitencourt, que apresentou a lenda gaúcha “Negrinho do Pastoreio”, da Coleção Regionais.

Na parte da tarde, os participantes puderam se inscrever e realizar as oficinas: “A Inclusão dos Cegos e as Tecnologias” – Prof. Alexandre Cardoso, Larissa de Arruda Machado e Crystian de Lima Antunes; “A Contribuição da Audiodescrição para Leitura Inclusiva” – Audiodescritora Consultora Marilena Assis e Audiodescritora Roteirista e Narradora Letícia Schwartz, que compõe a Equipe da Audiodescrição da empresa Mil Palavras Acessibilidade Cultural; “Noções de Conservação e Recuperação de livros em Braille” – Profª Drª Angela Flach; “Língua Brasileira de Sinais: que língua é essa?”- Profª Drª Carolina Comerlato Sperb; “Mediação da Leitura: afetos e fazeres” – Profª Drªnda Ketlen Stueber e “A Literatura de Tradição Oral: o cordel e a gauchesca” – Prof. Dr. Marlon de Almeida.

Mulher com traje típico do Sul, um vestido de Prenda

“Sempre que investimos em leitura, literatura e nas bibliotecas promovendo a inclusão de todos, sem exceção, estamos mudando os rumos da Educação. Efetivamente no nosso caso, atuamos com os alunos do Curso Técnico em Biblioteconomia propiciando que sejam partícipes desde a organização, planejamento do Evento, bem como, na participação efetiva assistindo as palestras e oficinas. Estes alunos serão os mediadores do processo de leitura, de acesso à informação e de acessibilidade para as pessoas com deficiência visual que serão atendidas na biblioteca possibilitando a inclusão através do texto e dos recursos como a audiodescrição. Os materiais produzidos pela FDN serão amplamente utilizados por estes estudantes e profissionais através da leitura promovendo a inclusão social, digital e profissional das pessoas com deficiência”, finaliza Profª Drª Lizandra Brasil Estabel.

Leitura inclusiva, representatividade negra e educação sexual são temas da Semana da Diversidade e Inclusão, em João Pessoa

“Use as mãos para o bem!”, foi o tema da Semana da Diversidade e Inclusão, que aconteceu entre os dias 25 e 29 de setembro, no Instituto Federal Paraíba, em João Pessoa.

Na programação questões sobre gênero, autismo, oficina de modas em libras, braile e saúde sexual entraram em pauta. Para abrir a edição o Centro de Atividades Especiais Helena Holanda, envolveu e comoveu, com uma dança, que expôs: cada pessoa pode ultrapassar seus limites apesar das limitações físicas, mentais e emocionais.

Já na mesa sobre Saúde Sexual, a enfermeira Eva Nascimento, do Núcleo de Prevenção em Educação e Saúde,  discorreu sobre gravidez na adolescência e métodos contraceptivos. Segundo a enfermeira, o objetivo da atividade fortalece as ações educativas e preventivas, além de trazer reflexão sobre autocuidado.

Entre as ações relacionadas a inclusão literária, a participação foi da articuladora Angelita Garcia, da Rede de Leitura, que levou a Coleção Regionais com objetivo estimular conhecimento e diversidade inclusiva.

“As atividades foram muito ricas, após as apresentações foi feita a entrega simbólica da Coleção Regionais à Valéria Marques, da Coordenação de Assistência às Pessoas com Necessidades Específicas. A partir disso, discutimos sobre a importância da leitura e o direito à informação para as pessoas com deficiência”, conta Angelita.

Antes da roda de leitura os alunos do Instituto de Cegos da Paraíba, fizeram a apresentação do Boi e, logo em seguida, veio a narração de Bumba Meu Boi, obra da Coleção. Após a ação, todos os presentes conversaram sobre o material e experimentaram os livros da coletânea.

Outro momento importante foi a performance dos alunos do curso de Instrumento Musical. Os estudantes interpretaram versos sobre a condição social das mulheres cisgêneros e transgêneros, denunciando o machismo e os preconceitos relativos à diversidade sexual, contra os quais estas minorias lutam diariamente. Em seguida, na mesa “Você pode ser o que você quiser!  Antônio Eduardo de Oliveira recitou uma poesia de sua autoria ”, conduzida pelo bacharel em Direito, deficiente visual e representante do Instituto dos Cegos da Paraíba, Robson Santos.

“Estamos conseguindo cada vez mais ocupar os lugares que nos são de direito. Aqui em João Pessoa, a acessibilidade ainda é muito precária. Onde existe respeito, existe acessibilidade”, finaliza, Robson. E a gente completa, onde existe respeito, existe inclusão.

Na foto, um grupo de pessoas estão dançando na apresentação da Dança do Bumba Meu Boi Na foto, várias pessoas reunidas em volta de uma mesa com os livros da coleção Regionais

Na foto, a articuladora Angelita Garcia faz a leitura da Obra Bumba Meu Boi Na imagem, Angelita mostra para um grupo os livros da Coleção Regionais

Fonte: IFBP, Instituto Federal da Paraíba
Na foto, um grupo de 12 pessoas em pé, lado-a-lado, sorrindo e segurando livros da Coleção Regionais .

Coleção Regionais é lançada no 5º Encontro “Pará Ler”

Cravado no norte do País, ao sudoeste na Ilha de Marajó, Breves é um município referência para a região. Foi lá, que depois de 12 horas de barco, partindo da capital Belém, chegamos para o lançamento da Coleção Regionais, no 5º Encontro “Pará Ler”, ( que aconteceu entre os dias 13 e 15 de setembro) e reuniu representantes de Bibliotecas Públicas do Estado e dos municípios próximos.

Por lá,  a roda de Leitura Coleção Regionais – A inclusão através da cultura brasileira em suas expressões,  mediada por Angelita Garcia e com a presença de profissionais das bibliotecas do entorno, permitiu um mergulho nas obras que apresentam nossas riquezas culturais.

Duas pessoas com deficiência visual, Cristiane do Socorro da Costa Demes, 33 anos e Yasmim Correa Miranda, 7 anos, ajudaram nessa imersão inclusiva na hora leitura.

“Na oficina aprendemos como fazer a leitura para os cegos e o mais importante aprendemos como transcrever a imagem e como ter cuidado com as palavras na apresentação da obra”, contou Rita Sanches, coordenadora da Biblioteca Municipal Eustórgio Miranda, de Breves.

Quem também contou um pouco da experiência foi Socorro Baia, diretora da Biblioteca Municipal Vertano Rocha, de Belém: “ Esse encontro abriu muitas portas. Essas discussões são de um aprendizado único e de extrema importância que é a acessibilidade, além disso, é muito bonito a sensibilização e valorização cultural aplicada no projeto desenvolvido pela Rede de Leitura Inclusiva”, finaliza.

+ SOBRE O PROJETO

A Coleção Regionais, a cultura brasileira acessível a todos, vai distribuir 63 mil livros para organizações, escolas e bibliotecas que atendem pessoas com deficiência visual em formatos acessíveis e interativos e como forma de estimular a literatura inclusiva, serão realizadas rodas de leitura em 20 municípios brasileiros com a utilização da Coleção. Para saber mais leia o texto completo.

PARA RECEBER LIVROS ACESSÍVEIS
A fundação Dorina Nowill está em plena campanha de recadastramento, para continuar recebendo gratuitamente nossos livros acessíveis, entre no site  www.dorinateca.org.br, nossa biblioteca digital e recadastre-se.Na foto, sete pessoas em volta de uma mesa onde estão expostos os livros da coleção regionais, duas pessoas folheiam livros e, as outras cinco dialogam, com os livros em mãos

Na imagem, três mulheres adultas em semicírculo dialogando e exibindo páginas de um livro da Coleção Regionais e uma criança com baixa visão lendo a capa de um livro

Na foto, alunos, pais e educadores se reunem em frente a Fundação Dorina com os livros da Coleção Regionais.

Coleção Regionais é lançada com o tema Diversidade cultural brasileira e tem sua primeira roda de leitura

Depois de muito trabalho, horas de reuniões e ajustes, lançamos na última semana, aqui na Fundação Dorina Nowill, em São Paulo, a Coleção Regionais, a cultura brasileira acessível a todos. O projeto vai distribuir 63 mil livros (para instituições, organizações, escolas e bibliotecas que atendem pessoas com deficiência visual) em formatos acessíveis e interativos: braile, impressão em fonte ampliada, ilustrações, áudio e digital acessível Daisy, sobre a literatura, folclore, culinária, música e turismo brasileiros. Cada conjunto da coletânea é composto por 21 títulos que expõem a cultura popular nacional. As obras de culinária e folclore são em fonte ampliada e braile; as de literatura tem adaptação para versão em áudio de títulos já existentes no mercado editorial; o de turismo em digital acessível Daisy; e os de música oferecem as informações em fonte ampliada e braile, além de partituras acessíveis.

Com a participação dos membros da Rede Nacional de Leitura Inclusiva mais de 300 organizações que constroem coletivamente ações culturais em todas as regiões brasileiras foram colaboradores e indicaram personagens folclóricos, receitas típicas e músicas de suas regiões.

“A Rede Nacional de Leitura Inclusiva é um projeto da Fundação Dorina tem um papel muito importante na disseminação de conhecimento e garantia do direito à leitura da pessoa com deficiência”, afirma Ana Paula Silva, coordenadora deste projeto. “Além de nortear sobre as demandas de cada região, que muito contribuíram para a construção do projeto, atuam como multiplicadoras locais, disseminam práticas de leitura inclusiva e sensibilizam a sociedade, e ampliam as oportunidades de leitura das pessoas com deficiência visual em todo o Brasil”, explica.

CONFIRA ABAIXO O VÍDEO SOBRE A COLEÇÃO REGIONAIS COM AUDIODESCRIÇÃO:

Círculo cultural

Como forma de estimular a literatura inclusiva, serão realizadas rodas de leitura em 20 municípios brasileiros com a utilização da Coleção. “Cada roda de leitura é desenhada considerando a riqueza e diversidade local, com o apoio dos Grupos de Trabalho da Rede Nacional de Leitura Inclusiva, proporcionará aos participantes uma rica experiência cultural, com livros para leitura sem barreiras à pessoa com deficiência visual, incentivando os presentes a serem promotores e disseminadores da inclusão”, explica Ana Paula Silva.

Na foto, a roda de leitura inclusiva com os convidados, a escritora e os articuladores.

A primeira roda já aconteceu, foi no dia do lançamento, na quarta-feira, 30/08. Quem compartilhou com a gente dessa primeira propagação foi a Biblioteca Maria Firmina dos Reis, temática em Direitos Humanos, da Cidade Tiradentes, extremo leste da capital paulista. A leitura proposta foi umas das mais conhecidas da nossa cultura, Bumba Meu Boi, no círculo a escritora Nireuda Longobardi leu a obra para alunos, pais e educadores, enquanto uma das articuladoras do projeto , Perla Assunção, fazia a audiodescrição e convidou todos os participantes a fechar os olhos e vivenciar essa construção de imagens com palavras.

Na foto, três crianças leem a obra Bumba Meu Boi, livro selecionado para a primeira roda de leitura da Coleção Regionais.

“Foi um momento lindo! Esse projeto abre muitas possibilidades. A mais importante é transmitir a relação livro, leitura e deficiência visual, em seguida, a exploração da leitura sensorial, agora vou conseguir trabalhar a leitura com mais riqueza, utilizando outros sentidos, especialmente por esse mergulho na cultura popular”, finaliza a Charlene Lemos, coordenadora da Biblioteca Maria Firmina.

Aproximando ainda mais a leitura, assim como na história escolhida, a roda acabou em festa, alguns alunos ganharam adereços dos personagens principais da obra e a brincadeira seguiu ao som de Asa Branca, de Luiz Gonzaga.

 

Reunião GTMS: diálogo em rede para lançamento do projeto Regionais

Dia 23 de agosto o GTMS ser reuniu na biblioteca do ISMAC – Instituto Sul Mato Grossense para Cegos Florivaldo Vargas, para articular ações de livro e leitura em parceria.

O encontro contou com a presença de parceiros do CAPDV/MS, da Biblioteca Municipal de Campo Grande e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECTUR e teve como principal objetivo dialogar sobre uma ação local voltada para o direito à leitura inclusiva para a pessoa com deficiência e outras populações do estado.

Essa ação também será feito o lançamento do Projeto Regionais no Mato Grosso do Sul.

REDE NACIONAL DE LEITURA INCLUSIVA NA TENDA LITERÁRIA 2017

A próxima parada da Rede Nacional de Leitura Inclusiva é a Tenda Literária de Imbituba em Santa Catarina. Entre os dias 10 e 12 de fevereiro diversas ações com os parceiros locais serão realizadas e a primeira delas acontecerá na Secretaria Municipal de Educação com a Roda de conversa sobre Leitura Inclusiva.

A proposta é dialogar com profissionais intermediários da leitura como professores, bibliotecários, educadores culturais e outros agentes, levantando informações teóricas e práticas sobre acessibilidade, leitura e inclusão.

O resultado dessa conversa poderá ser conferido na Tenda Literária da Barra de Ibiraquera com a atividade “ Leitura com Sentidos: onde público poderá conhecer os diversos formatos de livros acessíveis e ainda participar de atividades de escrita Braile.

Todas as atividades serão gratuitas e abertas ao público. No dia 10  há limite de vagas por isso para participar se inscreva por meio do link: clique aqui para se inscrever

 

Close de uma folha com texto braile sobre a mesa. Uma mão tateia o final da página. As unhas estão pintadas de esmalte vermelho.

I Olimpíada de Leitura no Colégio Vicentino Padre Chico

Atenção!

“Ler devia ser proibido.

Ler não é nada bom. A leitura nos torna incapazes de suportar a realidade. Tira o homem de sua vida pacata e o transporta a lugares nada convencionais…

Para a criança o perigo é ainda maior: ela pode crescer inconformada com os problemas do mundo e querer até mudá-lo…

foto de um menino de óculos com folhas escritas próximo ao seu rosto. Ele fala ao microfone.

 

 

 

 

 

Ler pode estimular a criatividade, pode  tornar o homem mais consciente…

CUIDADO! Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas!!!”

Paulo Freire

Se ler pode ter todas essas consequências desastrosas, é ótimo! Queremos nossos alunos em lugares nada convencionais, agentes de transformação da sua história e da história do mundo, criativos,  conscientes e perigosamente mais humanos.

Para chegar  a esse resultado, o Colégio Vicentino Padre Chico já teve muitos Concursos de Leitura mas em 2016, aproveitando o Ano Olímpico para o esporte, promoveu  a I Olimpíada de Leitura.

Tivemos eliminatórias nas salas de aula. Os vencedores das salas de aula foram para a semifinal de onde saíram 12 finalistas (6 alunos do ensino fundamental I e 6 alunos do ensino fundamental II).

Dia 28 de setembro aconteceu a final no Espaço Sensorial do colégio, à sombra de uma frondosa mangueira, ao som do canto de pássaros, com a presença de toda a comunidade educativa, e dos convidados:   Izete Malaquias da Silva (SENAC Tiradentes), Carlos Alexandre Campos (Fundação Memorial da América Latina), Martinho Fernandes (Bladex Representação Ltda.), que compuseram o júri. Fundação Dorina Nowill  enviou representantes: Angelita Garcia , Millene Fernandes e Renata Lopes de Serviços de Apoio a Inclusão.

Grupo de 20 pessoas pousam para foto. Eles estão em ambiente externo com uma enorme árvore ao fundo. Há muitas crianças uniformizadas algumas delas seguram livros e estão cordões com medalhas. Nas laterais estão alguns adultos.

 

 

 

 

 

Os 7 vencedores receberam livros doados pela  Fundação Dorina Nowill e ingressos de cinema doados por Bladex Representações Ltda. e Rádio Jovem  Pan.

Parabéns a todos os participantes e aos vencedores:

Bernardo Canuto Giandoso – 3º ano

Leonardo Nunes Dantas da Silva – 4º ano

Luis Gustavo Araújo dos Santos – 4º ano

Kleiton Rodrigo Santos Sousa – 5º ano

Nicolas Marques Borche – 6º ano

Mell Garcia Vilar Rodrigues – 7º ano

Henry Lucca Dias Macario – 8º ano

 

 

Carta de Esclarecimento Fundação Dorina

São Paulo, 01 de novembro de 2016

Carta de Esclarecimento

Diante das manifestações que têm sido divulgadas sobre a Lei Brasileira da Inclusão – LBI, Tratado de Marrakesh, o papel das instituições e o direito aos livros para pessoas com deficiência visual, feitas por meio de Carta Aberta, Petição e Áudios, a Fundação Dorina Nowill para Cegos vem informar seu posicionamento e esclarecer possíveis dúvidas.

Nós da Fundação Dorina apoiamos o Tratado de Marrakesh por ser um documento legítimo que corresponde aos anseios das pessoas com deficiência uma vez que foi construído pela mobilização de pessoas com deficiência e organizações de diversos países. Ao permitir o intercâmbio de obras entre fronteiras, o documento contribui para ampliar o acesso das pessoas com deficiência visual aos livros acessíveis ainda tão escassos frente à produção do mercado editorial.

Sobre a Lei Brasileira da Inclusão – LBI, entendemos que é uma grande conquista das pessoas com deficiência, elaborada com ampla participação pública de pessoas e representantes de pessoas com deficiência e da sociedade civil. Não temos conhecimento de nenhum movimento do Governo Federal para a regulamentação dos artigos 42 e 68. Mesmo que isto venha a ocorrer, não significa a restrição ao acesso a obras ou imposição de um padrão único de formato de livro acessível.

Incentivamos e reforçamos a importância da disponibilidade de livros e diversidade de formatos e por isso atuamos há décadas com a produção e distribuição de livros em áudio, braille, fonte ampliada, tinta e braille, digital acessível, buscando a acessibilidade plena nos materiais desenvolvidos, respeitando os interesses da pessoa com deficiência visual.

 

Abaixo, algumas perguntas e respostas para ampliar o entendimento sobre o assunto.


– O que é o Tratado de Marrakesh?

É um tratado internacional que facilita o acesso à leitura para as pessoas com deficiência visual ou com outras dificuldades para acessar o texto impresso. O documento foi assinado em 2013 e, por ter sido ratificado por mais de 20 países, entrou em vigor em setembro de 2016.

 

– Como o Tratado de Marrakesh contribui para a obtenção do livro acessível no Brasil?

De duas maneiras:

a) permite a produção e distribuição de obras em formato acessível sem o pagamento de direitos autorais. A Lei Brasileira de Direitos Autorais (Lei 9.610/98) já permitia esta produção para pessoas com deficiência visual e o Tratado estende o direito ao acesso a estas obras também às pessoas com dificuldades de leitura do livro impresso em tinta;

b) permite o intercâmbio das obras nos formatos acessíveis entre os países participantes, ampliando o acervo disponível e otimizando os esforços de produção, pois evita a duplicação de títulos.

 

– O Tratado de Marrakesh interfere no direito das pessoas com deficiência de comprarem livros acessíveis?

O Tratado de Marrakesh não compromete ou impede a compra do livro acessível pela pessoa com deficiência e não interfere nas relações comerciais.

 

– O que dizem os Artigos 42 e 68 da Lei Brasileira da Inclusão – LBI?

Art. 42.  A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:

I – a bens culturais em formato acessível;

II – a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais e desportivas em formato acessível; e 

III – a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.

  • §1o  É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade intelectual.
  • §2o  O poder público deve adotar soluções destinadas à eliminação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessibilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.

Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da administração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à informação e à comunicação.

  • §1o  Nos editais de compras de livros, inclusive para o abastecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação de editoras que não ofertem sua produção também em formatos acessíveis. 
  • §2o  Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em Braille.
  • §3o  O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em Libras.

 

– A regulamentação pode interferir no conteúdo dos artigos 42 e 68, da Lei Brasileira da Inclusão?

Não. A regulamentação visa determinar os detalhes de como uma Lei, aprovada pelo Legislativo, será aplicada. Ela não pode inovar a lei que pretende regulamentar, ou seja, não pode criar algo que não está na lei e não pode modificá-la.

 

– O Tratado de Marrakesh e a LBI definem formato único para os livros acessíveis?
Não, os dois textos trazem um esclarecimento sobre o que consideram formatos acessíveis, sem definir padrão único.

– Tratado de Marrakesh

Artigo 2 – (b) Por “cópia em formato acessível” entende-se a reprodução de uma obra, de uma maneira ou forma alternativa que dê aos beneficiários acesso à mesma, sendo esse acesso tão viável e cômodo quanto o proporcionado às pessoas sem incapacidade visual ou sem outras dificuldades para aceder ao texto impresso. A cópia em formato acessível será utilizada exclusivamente pelos beneficiários e tem de respeitar a integridade da obra original, tomando em devida consideração as alterações necessárias para que a obra fique acessível em formato alternativo e responda às necessidades de acessibilidade dos beneficiários;

– Lei Brasileira da Inclusão

Artigo 68 – §2o Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em Braille.

 

– O Tratado de Marrakesh pode comprometer a Lei Brasileira da Inclusão?

Não. Eles são complementares e ambos promovem a ampliação do acesso a livros acessíveis.

 

Estamos à disposição para mais esclarecimentos pelo e-mail [email protected]
Fundação Dorina Nowill para Cegos

Sua instituição com acervo acessível!

A Fundação Dorina está em plena campanha de cadastramento e recadastramentro das organizações para o recebimento dos livros acessíveis pelos correios e/ou por download!

Os livros acessíveis nos formatos: braile, falado, digital acessível daisy, fonte ampliada e tinta-braille são produzidos e disponibilizados para download ou enviados pelos corrreios conforme cada o projeto apoiado por incentivo fiscal e patrocinadores.

Siga os passos abaixo:

1. Acesse o site www.dorinateca.http://www.dorinateca.org.br
2. Selecione CADASTRAR-SE
3. No campo “Tipo de Cadastro” selecione PESSOA JURÍDICA e ENVIAR
4. Preencha todos os dados e ao final ENVIAR (sugerimos que o e-mail de login seja institucional)
5. Acesse o e-mail e confirme o pré-cadastro pelo link recebido automaticamente (caso não encontre, verifique em spam/lixo eletrônico)
6. Aguarde a validação final pela equipe Dorinateca

Pessoas físicas também podem se cadastrar para o acervo da Dorinateca, basta selecionar a opção PESSOA FÍSICA no campo “Tipo de Cadastro” e seguir as instruções. Lembramos que pessoas físicas sem deficiência visual, terão acesso somente aos livros de domínio público.

O Regulamento está disponível no menu AJUDA

As organizações que se cadastrarem ou recadastrarem até 30 de novembro ganham um mês de download ilimitado do acervo da Dorinateca.

O mais importante é ter e disponibilizar seu acervo acessível, e principalmente promover a leitura inclusiva!
Para mais informações entrar em contato [email protected]

Foto de calendário e de livros acessíveis nos formatos: braile, falado, tinta-braille, fonte ampliada e digital acessível daisy sobre uma mesa.

REDE DE LEITURA INCLUSIVA GT-RS POA

Profª Drª Lizandra Brasil Estabel

Profª Drª Eliane Lourdes da Silva Moro

Uma rede significa vários pontos unidos e interligados formando uma teia. Pensando em pessoas, Castells (2000) conceitua que redes são estruturas sociais, em um sistema aberto, que integram nós que se comunicam nessa teia, compartilhando os mesmos códigos de comunicação.

A tessitura da Rede Nacional de Leitura Inclusiva, suas perspectivas e desafios, iniciou no mês de junho de 2016, em São Paulo, no encontro promovido pela Fundação Dorina Nowill quando foi criada a Rede de Leitura Inclusiva GT-RS POA construindo seus primeiros passos e vencendo desafios no acesso à cultura por pessoas com deficiência, estimulando a leitura inclusiva por meio de mediadores de leitura para todos.

Tecendo a rede na FDN em São Paulo

spNa imagem a Profª Lizandra Estabel, a bibliotecária Marília Pereira, a bibliotecária Ana Lucia Leite e a profª Eliane Moro.

Um dos destaques de eventos programados foi o I Encontro de Leitura Inclusiva, realizado em Porto Alegre, no dia 25 agosto do corrente. Organizado pelo Grupo Interinstitucional de Pesquisa LEIA: leitura, informação e acessibilidade, do IFRS e da UFRGS, foi uma iniciativa da Rede de Leitura Inclusiva no Rio Grande do Sul (GT-RS POA), com apoio do Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB10), do Conselho Municipal do Livro e da Leitura, entre outras instituições, a partir de uma parceria com a Fundação Dorina Nowill (FDN), de São Paulo, que contou com a presença de Perla Assunção, representante da FDN.

O encontro teve como objetivo servir de chamamento para que a sociedade e as Instituições que recebem acervos da FDN unam-se ao GT-RS POA na construção de uma grande rede de ações em prol das pessoas com deficiência para acesso ao livro, leitura, literatura e bibliotecas e um estímulo para que desenvolvam ações de inclusão.

Estudantes dos Cursos de Biblioteconomia (FABICO/UFRGS) e Técnico em Biblioteconomia (IFRS), estudantes de outros cursos e Instituições, bibliotecários, técnicos em Biblioteconomia, professores, mediadores de leitura, pessoas com deficiência, representantes de Instituições parceiras e comunidade em geral, puderam assistir palestras, na parte da manhã e participar de oficinas, no turno da tarde.

Público participante no Evento

poaNa imagem o público de aproximadamente 200 pessoas assiste a palestra sobre audiodescrição com Mariana Baierle e, ao seu lado, interprete de LIBRAS.

A mesa de abertura do encontro, no início da manhã, contou com a presença do Diretor Geral do IFRS – Campus Porto Alegre, Marcelo Schmitt, da representante da Fundação DorinaNowill, Perla Assunção; do Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB10), Alexsander Ribeiro; do Chefe Substituto do Departamento de Ciências da Informação da FABICO/UFRGS, Valdir José Morigi; do Coordenador do Curso de Biblioteconomia da FABICO/UFRGS, Rodrigo Silva Caxias de Sousa; e da Coordenadora do Curso Técnico em Biblioteconomia do IFRS – Campus Porto Alegre, professora Lizandra Brasil Estabel.

Palestra de Perla Assunção representante da FDN

perlaApós a abertura oficial, iniciaram as palestras, que abordando temas como Rede Nacional de Leitura Inclusiva: perspectivas e desafios; Rede de Leitura Inclusiva GT-RS POA e os primeiros passos da construção; desafios no acesso à cultura por pessoas com deficiência; leitura inclusiva de surdos, surdocegos e línguas de sinais e leitura inclusiva e os cegos.

Oficina A Inclusão dos Cegos e as Tecnologias

perla_lizNa imagem Perla Assunção, Profª Lizandra Estabel e os ministrantes da Oficina: Larissa e Cristian que possuem deficiência visual e o Prof. Alexandre Cardoso.

No turno da tarde, os participantes participaram das oficinas: A Inclusão dos Cegos e as Tecnologias; Contação de Histórias e audiodescrição; Língua Brasileira de Sinais: que língua é essa?; Mediação da Leitura: afetos e fazeres; BiblioPetTerapia; e Re-pensar o Conto (com a mala mágica e seus mistérios).

 Oficina de BiblioPetTerapia

 petNa imagem os participantes sentados em roda e com a pet interagindo.

Além disso, durante o Evento, esteve exposta no átrio do campus uma bicicloteca (bicicleta + biblioteca), disponível para ser acessada pelo público que circulava pelo local.

Exposição da bicicloteca

biciNa imagem os participantes no átrio do campus com uma bicicloteca (bicicleta + biblioteca).

Alguns depoimentos dos participantes do Evento:

“Precisamos de mais eventos como esse, de tamanha riqueza. As vivências que vi hoje foram estimulantes para seguir adiante.” – PQM

“Gostaria que oportunizasse mais oficinas e encontros aos professores e alfabetizadores da rede pública.” – RCB

“O encontro proporcionou uma programação diversificada e de qualidade, abordando diferentes aspectos da leitura inclusiva […]” – DA

“Foi muito positivo conhecer como as tecnologias estão sendo utilizadas pelos cegos e o que podemos fazer para agregar mais acessibilidade. Ajudou a repensar sobre as pequenas coisas que podem fazer grande diferença.” – LMG (Oficina – Alexandre Cardoso)

“Achei muito bom a forma como foi desenvolvida, interativa e com a participação na parte expositiva, de duas pessoas com deficiência visual”. – MF (Oficina – Alexandre Cardoso)