O logotipo do projeto é composto por um círculo e um mapa do brasil com o nome Rede de Leitura Inclusiva.
Neste site o logo está sobreposto com uma imagem de fundo de um garoto lendo em Braille
Com a participação da Universidade Federal de Pernambuco, artistas como Geraldo Feitosa, Vitória Maria Marinho e Luiz Carlos, lançamos no dia 26 de outubro, a Coleção Regionais na Biblioteca Pública do Estado, em Recife, Pernambuco.
Na tradicional roda de leitura teve contação de história de Bumba Meu Boi para uma turma de alunos com deficiência visual e sarau poético. “ Fiquei emocionada, especialmente com a leitura de cordel, foi simplesmente lindo, aprendi muito com eles, precisamos incluir cada vez mais, conviver com o outro independente das limitações, a educação é para todos, e que surjam mais oportunidades para mais edições de diversos autores e títulos, conta Rosimery Carneiro, da UFPE.
“A leitura inclusiva é uma forma de fortalecimento das deficiências. Essa coleção vem reforçar que a nossa cultura deve ser acessível a todos, sem exceção”, explica a articuladora Angelita Garcia, da Fundação Dorina Norwill.
Algumas ações especiais e inclusivas foram exercitadas, entre elas a degustação da culinária regional, com comidinhas preparadas por uma cozinheira cega. Para finalizar teve apresentação musical e todos cantaram ” Hoje me sinto mais forte, só levo a certeza, de que muito pouco sei”, Tocando em Frente, de Almir Sater.
Depois de muito trabalho, horas de reuniões e ajustes, lançamos na última semana, aqui na Fundação Dorina Nowill, em São Paulo, a Coleção Regionais, a cultura brasileira acessível a todos. O projeto vai distribuir 63 mil livros (para instituições, organizações, escolas e bibliotecas que atendem pessoas com deficiência visual) em formatos acessíveis e interativos: braile, impressão em fonte ampliada, ilustrações, áudio e digital acessível Daisy, sobre a literatura, folclore, culinária, música e turismo brasileiros. Cada conjunto da coletânea é composto por 21 títulos que expõem a cultura popular nacional. As obras de culinária e folclore são em fonte ampliada e braile; as de literatura tem adaptação para versão em áudio de títulos já existentes no mercado editorial; o de turismo em digital acessível Daisy; e os de música oferecem as informações em fonte ampliada e braile, além de partituras acessíveis.
Com a participação dos membros da Rede Nacional de Leitura Inclusiva mais de 300 organizações que constroem coletivamente ações culturais em todas as regiões brasileiras foram colaboradores e indicaram personagens folclóricos, receitas típicas e músicas de suas regiões.
“A Rede Nacional de Leitura Inclusiva é um projeto da Fundação Dorina tem um papel muito importante na disseminação de conhecimento e garantia do direito à leitura da pessoa com deficiência”, afirma Ana Paula Silva, coordenadora deste projeto. “Além de nortear sobre as demandas de cada região, que muito contribuíram para a construção do projeto, atuam como multiplicadoras locais, disseminam práticas de leitura inclusiva e sensibilizam a sociedade, e ampliam as oportunidades de leitura das pessoas com deficiência visual em todo o Brasil”, explica.
CONFIRA ABAIXO O VÍDEO SOBRE A COLEÇÃO REGIONAIS COM AUDIODESCRIÇÃO:
Círculo cultural
Como forma de estimular a literatura inclusiva, serão realizadas rodas de leitura em 20 municípios brasileiros com a utilização da Coleção. “Cada roda de leitura é desenhada considerando a riqueza e diversidade local, com o apoio dos Grupos de Trabalho da Rede Nacional de Leitura Inclusiva, proporcionará aos participantes uma rica experiência cultural, com livros para leitura sem barreiras à pessoa com deficiência visual, incentivando os presentes a serem promotores e disseminadores da inclusão”, explica Ana Paula Silva.
A primeira roda já aconteceu, foi no dia do lançamento, na quarta-feira, 30/08. Quem compartilhou com a gente dessa primeira propagação foi a Biblioteca Maria Firmina dos Reis, temática em Direitos Humanos, da Cidade Tiradentes, extremo leste da capital paulista. A leitura proposta foi umas das mais conhecidas da nossa cultura, Bumba Meu Boi, no círculo a escritora Nireuda Longobardi leu a obra para alunos, pais e educadores, enquanto uma das articuladoras do projeto , Perla Assunção, fazia a audiodescrição e convidou todos os participantes a fechar os olhos e vivenciar essa construção de imagens com palavras.
“Foi um momento lindo! Esse projeto abre muitas possibilidades. A mais importante é transmitir a relação livro, leitura e deficiência visual, em seguida, a exploração da leitura sensorial, agora vou conseguir trabalhar a leitura com mais riqueza, utilizando outros sentidos, especialmente por esse mergulho na cultura popular”, finaliza a Charlene Lemos, coordenadora da Biblioteca Maria Firmina.
Aproximando ainda mais a leitura, assim como na história escolhida, a roda acabou em festa, alguns alunos ganharam adereços dos personagens principais da obra e a brincadeira seguiu ao som de Asa Branca, de Luiz Gonzaga.